terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A perda

Olá!

Hoje vou abordar um tema que é triste para todos nós: a perda de alguém que foi muito marcante na nossa vida.

Uns perderam o pai, outros a mãe (como eu), um filho, um amigo de longa data... A verdade é que quanto mais envelhecemos mais pessoas perdemos.

Mas, num momento de uma dor e um vazio enormes, o que devemos fazer para andar para a frente?

O tempo requerido para o "luto" (fase de maior sofrimento) e a maneira de vivê-lo depende muito das circunstâncias da perda,  do significado desta para a pessoa, do seu modo particular de lidar com situações de crise,  do apoio disponível no seu meio familiar e social,  das suas crenças e outros aspectos.

A recuperação de uma perda significativa leva de alguns meses a dois anos e, mesmo aí, alguns aspectos podem continuar não muito bem resolvidos.

Mas, além da tristeza,  as situações dolorosas podem fazer com que descubramos em nós mesmos forças antes desconhecidas, levar-nos a repensar as nossas vidas e os nossos valores, passando a perceber o que é realmente importante é o que é supérfluo,  e podem transformar-nos em pessoas mais ricas espiritual e emocionalmente.

Algumas sugestões que podem ajudar nesta fase difícil:

1 - Fale sobre a sua perda e a sua dor. Não esconda as suas emoções e, sobre tudo, não sofra sozinho.

2 - Enfrente o sentimento de culpa (há sempre coisas que achamos que devíamos ter feito e não fizemos).

3 - Trabalhe os sentimentos de raiva e revolta, aceitando-os. Irão desaparecer com o passar do tempo.

4 - Idealização - Há uma fase em que vemos a pessoa que partiu como perfeita. Com o tempo,  começará a vê-la como um ser humano real, com as suas qualidades e defeitos.

5 - Não se isole - Mesmo que não lhe apeteça,  procure a companhia de amigos. Você não está só e a companhia dos outros é muito benéfica.

6 - Mudança de valores - Depois de uma grande perda,  as pessoas têm a tendência a repensar os seus valores e reavaliar os seus objectivos de vida. Muitas vezes, estas mudanças são positivas.

7 - Nunca mais serei o mesmo - Este pensamento pode bem ser real, o que não significa que não possamos voltar a ser felizes. O melhor é trabalhar, superar a fase da revolta e da mágoa e decidir que se pode e deve viver o melhor possível.

8 - O primeiro ano após uma perda, geralmente não é um período adequado para tomar decisões importantes ou fazer grandes mudanças,  uma vez que uma pessoa amargurada tem a capacidade de julgamento diminuída.

9 - Reserve períodos e um local para as lembranças - Não fique o tempo todo a pensar na pessoa que partiu e a ver os seus objectos. Não os deixe espalhados. Coloque-os numa caixa ou num armário. Tente reservar um período específico do dia para pensar nessa pessoa e ver os seus pertences. Não há nada pior do que uma tristeza contínua.

10 - Prever dias e datas difíceis - Em dias como o nascimento e a morte da pessoa, no Natal, etc, não se isole. Esteja em companhia de pessoas que o/a estimem.

11 - Sentir culpa por se sentir bem - É comum as pessoas recusarem convites de amigos ou evitarem actividades agradáveis após uma grande perda. Perceba que se divertir não é deslealdade para com a pessoa que morreu. Muito pelo contrário;  essa pessoa quer, de certeza, que você esteja bem!

12 - Reajuste-se à vida e ao trabalho - Tirar uns dias para descansar é normal,  mas retome as suas actividades logo que possível. Elas são importantes para a sua recuperação.

13 - Liberte-se de expectativas irreais - Acreditar que a vida poderia ser diferente, não envolvendo sofrimentos e perdas é irreal, só traz revolta e prejudica - nos. Ninguém passa por situações que não mereça e estas contribuem para o nosso crescimento e fortalecimento.

14 - Integrando a perda - As pessoas têm que pôr de lado as perguntas relacionadas com o passado (porque é que isto aconteceu comigo/com ele/com ela?) e pensar: agora que isto aconteceu o que posso e devo fazer? / O que posso fazer para me sentir melhor?

15 - Um pesar excessivamente longo - Quando um sofrimento excessivo consome alguém por mais de um ano, geralmente o problema principal não é a perda em si, mas algum outro aspecto que é necessário conhecer. Muitas vezes isto acontece quando havia uma dependência excessiva em relação à pessoa que partiu,  quando a culpa é um componente muito forte na situação,  quando os problemas emocionais pessoais foram aumentados ou reforçados pela perda ou por outras razões significativas.

16 - Procure ajuda profissional,  se for necessário.

"Num deserto sem água,  numa noite sem lua,
Numa terra nua, por maior que seja o desespero,
Nenhuma ausência é mais profunda que a tua. "
Sophia de Mello Breyner Andresen

Fontes: Eu e psiqweb.med.br. (adaptado).

Até breve!



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